Procurei o amor, que mentiu.
Pedi à Vida mais do que ela dava;
Enterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!
Tanto clarão nas trevas refulugiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumvrava
Igual a tanto sol que me fugiu!
Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...
E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo.
Que há-de partir também... nem eu sei quando...
Florbela Espanca, Sessenta sonetos de Amor, Civilização Editora
Nenhum comentário:
Postar um comentário